Eis tua mãe! (Jo 19,25-27)

Neste mês de maio, mês mariano por excelência, permaneçamos com Maria aos pés da cruz. É um momento de grande intensidade e de união de corações. Escutemos as palavras de João.

“Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. Jesus, então, vendo sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis teu filho!” Depois disse ao discípulo: “Eis tua mãe!” E a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa”.

Depois de ter entregado João a Maria com as palavras: “Mulher, eis teu filho!”, Jesus, do alto da cruz, dirige-se ao discípulo predileto, dizendo-lhe: “Eis tua mãe!”. Jesus, antes de morrer dá vida a uma comunidade com o discípulo amado e com Maria no centro. Maria está no centro deste grupo em caminho que, no decorrer dos séculos, empreende a sua viagem seguindo os passos de Jesus. A comunidade que nasce no Calvário, nasceu das pessoas que “estavam aos pés da cruz”, que viram o Crucifixo, que ouviram as suas últimas palavras que se tornaram o seu testamento.

“Eis teu filho!”... – “Eis tua mãe!”. A palavra de Jesus exprime um desejo, uma vontade. Jesus deseja e quer que João se torne o filho de Maria e Maria se torne a mãe de João.

As últimas palavras de Jesus recordam a fórmula da Aliança: “Vós sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus” (Ez 36,28). Recordam a fórmula do amor: “Meu amado é meu e eu sou dele” (Ct 2,16).

“Eis teu filho!”... “Eis tua mãe!” são palavras de pertença recíproca, mas João e Maria pertencem ao Senhor Jesus, crucificado por amor. As palavras do “testamento da cruz” chamam-se também palavras “constitutivas”, isto é, fazem o que dizem e o filho é entregue à mãe e a mãe é entregue ao filho.

“E a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,27b). Na casa do seu coração, do seu mundo interior. A recebeu em seu ambiente. “João a recebeu entre os bens espirituais que os apóstolos receberam e nunca mais deixaram” (Santo Ambrósio).

“Receber Maria” porque ninguém pode entender o significado da mensagem de salvação se não reclinou a cabeça sobre o peito de Jesus, como João, e não recebeu de Jesus Maria como mãe” (Orígenes).
A última palavra pronunciada por Jesus no patíbulo diz respeito ao início de uma nova humanidade, cumprimento do desígnio de Deus. E João desce do Calvário para o Cenáculo com Maria que se torna para ele aquela que o guia, que o sustenta no caminho da vida.

“Eis teu filho!”... “Eis tua mãe!”: uma palavra que o Senhor Jesus, ao longo dos séculos, continua a repetir ao “discípulo que ama” e padre Kolbe acolhe a Mãe na sua vida. A Ela se entrega totalmente e ela o torna capaz de ser transformar seguindo o modelo do seu Filho Jesus. Quis conformar a própria vida à Imaculada até transformar-se nela, até consentir que “Ela tome posse do nosso coração e de todo o nosso ser, que Ela viva e opere em nós e por meio de nós, que Ela mesma ame a Deus com o nosso coração, que pertençamos a Ela sem nenhuma restrição” (SK 1210) . Para o padre Kolbe é preciso entregar-se à Imaculada totalmente até a oferta da própria vida. Mas não basta a oferta pessoal, o reino de Deus sofre violência: “São tantas as pessoas que ainda não conhecem a Virgem, não conhecem o Senhor Jesus. O que fazer? É preciso unir-se também na ação” e eis a Milícia da Imaculada: um exército de consagrados capazes de não se cansar nunca de fazer o bem. E eis Niepokalanow, uma comunidade de frades operários especializados que impressionou não somente pelo número – eram cerca de 700, o maior convento que já existiu depois de São Francisco – mas também pela capacidade de operativa dos frades que vivem e trabalham juntos. Padre Kolbe forma os apóstolos, mas sabe que o homem precisa de Deus e Nispokalanow possui uma fisionomia precisa: é um centro de trabalho, um cenáculo de comunhão e, sobretudo, é lugar de oração. Niepokalanow é um centro sem medida de amor fraterno e de apostolado fecundo porque São Maximiliano, o paidessa fraternidade, ama com o coração de Maria. Arde de amor por Jesus e inflama os seus frades deixando-os na estrada da evangelização do mundo. Como pôde alcançar, em vários níveis, resultados inimagináveis? Padre Kolbe, depois de ter-nos dito que precisamos estar juntos, explica-nos também como fazê-lo: “Precisa trabalhar juntos, unidos, ordenados, em harmonia de mente e de ideais; isto torna seguro, fácil, frutuoso o nosso trabalho”.

E agora padre Maximiliano convida cada um de nós a acolher Maria na nossa vida dirigindo-nos estas palavras: “Olha tua mãe, tenha os olhos fixos nela para se tornar como ela, antes, para se tornar ela hoje, que fala, acolhe, oferece e se doa para que o homem se torne aquilo que ele contempla, se torne aquilo que ama. “E nós todos que contemplamos somos transformados – diz o Apóstolo Paulo – nessa mesma imagem” (2Cor 3,18).

Que também para cada um de nós o seguimento de Jesus, a acolhida de Maria, sua mãe, comporte uma comunhão de vida e de intenções entre nós para uma verdadeira paixão missionária. Para não correr em vão!

Angela Sposito
Missionária da Imaculada-Padre Kolbe

Polônia

Todo o dia 14, as Missionárias da Polônia estarão depositando na cela de Padre Kolbe as intenções enviadas para o e-mail: celakolbe@kolbemission.org

Comentários

Postagens mais visitadas